o amanhã
É AGORA
Não devemos depositar mais as esperanças da revolução em um horizonte futuro, mas gerar as condições para construirmos o horizonte que queremos
Um comum por vir – Andrea de la Serna
A Floresta Amazônica, organismo vivo interdependente, nos ensina que seu horizonte depende da fusão dos saberes e da transversalidade dos conhecimentos. Artistas, cientistas e lideranças comunitárias se unem para imaginar o futuro, criar afetos e propor caminhos a partir da crença comum na diversidade humana e não humana da Amazônia.
O Festival será celebrado nos dias 02, 03, 04 e 05 de Junho, na semana do meio ambiente.
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Iara
Desenvolvido pelo coletivo britânico de arte e tecnologia Invisible Flocks, o trabalho Iara, busca entender o ciclo de vida da árvore Macacarecuia (Eschweilera tenuifolia (O.Berg) Miers), uma das árvores mais antigas da Amazônia, com aproximadamente 1200 anos. A obra presta uma homenagem a árvore que é considerada a mãe dos igapós - florestas sazonalmente inundadas nas margens de rios de águas escuras. Muito abundante ao longo do Rio Negro, a árvore Macacarecuia tem um crescimento extremamente lento e pode viver até 10 meses do ano submersa nas águas da Bacia Amazônica.
Em colaboração com os cientistas Jochen Schongart e Ricardo Perdiz, os artistas do coletivo Invisible Flocks traduzem em imagens e sons descobertas e dados importantes sobre esta milenar espécie: como seu ciclo está sendo afetado pelas mudanças climáticas, como as hidrelétricas estão alterando o pulso de inundação natural, levando essa milenar espécie de árvore a um lento processo de extinção.
Saiba mais em invisibleflock.com/portfolio/iara/
Taoca
Produzidos por Renata Cruz, a série de desenhos Taoca documenta o movimento das formigas de correição pela floresta Amazônica e as diversas espécies de animais que as seguem. A palavra, que vem de taóka em tupi, designa formigas carnívoras que se deslocam em grande quantidade pelo chão e troncos da floresta em busca de alimentos, atraindo pássaros, borboletas e muitos outros insetos, numa rede de interação de aproximadamente 500 espécies.
A relação que os seres humanos estabelecem com os seres e o tempo da natureza também está presente nesta série de desenhos através de fragmentos de textos, falas científicas e conversas com habitantes da floresta.
O trabalho deseja apresentar por meio das imagens da taoca uma metáfora sobre como funciona a floresta. Valendo-se da analogia com as formigas de correição que ao menor distúrbio se desorganizam e desaparecem, o trabalho também propõe uma reflexão sobre a nossa interdependência e vulnerabilidade frente ao processo de destruição da Floresta Amazônica que atualmente atravessamos.
Ver o tempo
Qual o verdadeiro poder da imagem na construção do tempo? As imagens são capazes de projetar futuros? Quais futuros queremos projetar para a Amazônia?
Nos valendo da dimensão narrativa da imagem, Paula Sampaio, Rogerio Assis, Bruno Kelly, Marcela Bonfim e Alberto César Araújo projetam novas camadas para reconstruir a paisagem do paraíso verde, expondo realidades distópicas, baseada em suas vivências cotidianas e nas em suas experiências em campo ao longo dos anos.
O imaginário dos fotógrafos ganha a costura dos estudos do cientista intercultural Charles Clement sobre o futuro da Amazônia, onde dados da ciência ganham a força da imagem e se somam enquanto testemunho das transformações antropogênicas na paisagem. Para o conhecimento que se soma e se fortalece, mora o desejo de vislumbrar distintas possibilidades para o futuro da Amazônia.
Fantasmas da floresta
Fantasmas da Floresta nasce da fusão entre a incursão artística de Marcus Maeder na captura de sons da Região Amazônica e a pesquisa de Yara Costa junto a expressão identitária indígena da Amazônia e as coreografias desenvolvidas para companhia Índios.com.
Da aproximação entre som e movimento, nasce um novo conjunto de trabalho que tenta borrar as fronteiras entre corpo e floresta, ciência e saberes tradicionais e refletir sobre o possível desaparecimento da floresta tropical e seus habitantes humanos e não humanos. O trabalho nos convidará a refletir sobre a aceleração de extermínio da vida e seus vestígios em decorrência do coronavírus e da atual conjuntura política na Amazônia.
Yuíre
"Yuíre", ou, "Viver em um eterno retorno" - essa é a situação que a pandemia impõe aos povos originários da Amazônia, que enfrentaram e enfrentam doenças letais ao longo de sua história de resistência. Esta série de colagens, com técnica mista, traz à luz a problemática das doenças tropicais e o genocídio indígena, desvendando a relação entre o surgimento de epidemias e o desmatamento desenfreado na Amazônia.
Moara Tupinambá é artivista visual, natural de Maery Tupinambá (Belém do Pará). Seus ascendentes são nativos tapajowaras, da comunidade de Cucurunã e Boim (Tupinambá). Sua poética percorre cartografias da memória, identidade, ancestralidade, resistência indígena e pensamento anti colonial.
Avó-Universo
Avó
Semente que em gestação
Guarda o segredo do universo
Em cada verso, gesto e rezo
Sente o peso da vida em construção
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Denilson Baniwa nasceu em 1984 na aldeia Darí, no Rio Negro, Amazonas. Sua trajetória como artista inicia-se a partir das referências culturais de seu povo já na infância. Na juventude, o artista inicia a sua trajetória na luta pelos direitos dos povos indígenas e transita pelo universo não- indígena apreendendo referenciais que fortaleceriam o palco dessa resistência. Denilson Baniwa é um artista antropófago, pois apropria-se de linguagens ocidentais para descolonizá-las em sua obra. O artista em sua trajetória contemporânea consolida-se como referência, rompendo paradigmas e abrindo caminhos ao protagonismo dos indígenas no território nacional.
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